A palavra “goiaba” vem do tupi “coyab”, que significa “sementes aglomeradas”. Para os astecas era “xalxcocotl”. Em espanhol é conhecida por “guayaba”, em francês por “goyave” e “guave” em inglês. Em Goa, na Índia, é conhecida por “per”.
Devido ao seu elevado teor em vitamina C a goiaba teve, durante a Segunda Guerra Mundial, grande utilização como suplemento na alimentação dos soldados aliados nas regiões frias. Desidratada e reduzida a pó tinha por finalidade aumentar a resistência orgânica contra as afecções do aparelho respiratório.
Com saudades da marmelada da terra natal, os imigrantes portugueses adaptaram a receita a uma fruta abundante no Brasil: a goiaba. A fruta em pedaços envoltos no açúcar é apurada num tacho de cobre até originar a goiabada, que pode ser mole, para se comer à colher, de corte, servida como doce firme e à “cascão”, que é feita com pedaços grandes do fruto.
Com a influência búlgara, o queijo passou a ser servido com a goiabada. Mais tarde, numa campanha publicitária, Maurício de Souza (o autor da Mónica e amigos) apelidou o queijo de “Romeu” e a goiabada de “Julieta”. O anúncio fez tanto sucesso que ainda hoje o nome “Romeu e Julieta” é dado a todas as sobremesas que levam estes dois ingredientes.
A madeira de goiabeira é dura, homogénea e de tecido compacto e, por isso, é usada em ornamentos e xilogravura (processo muito parecido com um carimbo), como também para estacas, cabos para ferramentas, e outrora chegou mesmo a ter grande utilização na construção aeronáutica. Os incas já a utilizavam para fazer pequenos utensílios ou ornamentos. No Museu de Antropologia de Arequipa, no Peru, junto à múmia de uma adolescente de nome “Juanita”, com cerca de 500 anos e que terá sido sacrificada ao deus inca Apu Ampato, estão os objectos que foram encontrados junto da mesma, sendo que muitos dos ornamentos foram feitos de madeira de goiabeira.
A goiaba, muito abundante e com grande consumo no Brasil, já faz parte do imaginário popular, constando de várias máximas: “Goiaba na beira da estrada ou é verde ou está bichada”; “Quando a barriga está cheia, toda a goiaba tem bicho” e “Bicho de goiaba, goiaba é”.
Há quem refira que a goiaba deve ser colhida de manhã, quando molhada pelo orvalho ou pela chuva, parecendo assim que conserva por mais tempo o seu perfume inconfundível.